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VINHOS

III

Enquanto que para fazer vinho comum tem de executar diferentes operações com o vinho medicinal as operações são bem mais simples. Não requerem qualquer esforço especial. Só um pouco de paciência até confirmar os resultados.

Na Idade Média (compreendida entre os anos 395 e 1453) a cidade italiana de Salerno teve a primeira Academia do mundo ocidental onde se estudou o vinho como medicamento. Não consta que alguém se tenha dado mal com a aprendizagem.

A provar o respeito e a consideração pelas propriedades do vinho, os povos mais cultos e avançados do mundo antigo, os Gregos e os Romanos, mal despertava o dia, levantavam-se, lavavam as mãos e espargiam vinho para os numes tutelares (espíritos protectores). À hora do almoço voltavam a derramar um pouco de vinho em louvor dos deuses, dos heróis e de Júpiter.

Nas casas dos grandes senhores, no momento dos banquetes, derramavam-se algumas gotas de vinho em louvor da saúde, do prazer e do sono.

O vinho foi sempre respeitado como um ente vivo e protector.Este vinho medicinal é a junção da casca, das flores e das folhas das ervas que irão enriquecer o líquido onde se misturam. 

Ao vinho, o bom conhecedor olha-o com avidez, observa-lhe a cor, sente-lhe o cheiro, aprecia-lhe o paladar. 

E aos vinhos medicinais, como fazer? As características são-lhe alteradas? Sem dúvida que os aromas são um pouco modificados consoante a erva que os "inspira". 

Não se bebe vinho medicinal como se bebe vinho comum, isso está assente desde que começámos este silencioso diálogo. 

Sei que deseja entrar imediatamente na composição dos preparados. Tenha calma. 

Normalmente os vinhos medicinais são consumidos num curto espaço de tempo, mas se os produzir em quantidade deverá ter, assim como para os vinhos comuns, um certo cuidado: Não andar com eles de um lado para o outro, evitar a luz e o calor. Se tiverem cheiro a mofo, a podre ou a torrado deite fora e recomece a operação. 

Antes de utilizar vinhos para fins medicinais, sinta-lhes o cheiro. Se não o tiverem é porque estão no período "mudo" entre os dois e os quatro anos. Isto acontece porque o excesso de calor, de luz ou de falta de humidade irritaram o "jovem". Passe a outro onde os aromas se façam sentir com mais fragrância. 


Que desejamos mais se conseguirmos unir este sangue, altamente enriquecido, com a própria natureza e o soubermos beber com moderação? 

Beber saudavelmente vinho é bom. Beber saudavelmente vinho medicinal é ainda melhor. Nos países nórdicos encomendam-se os mortos, bebendo-se à sua saúde. O espírito do vinho acompanha-os pela eternidade dos séculos. 

A eternidade foi assim a mais saudável bebedeira que o homem inventou para se penitenciar dos erros cometidos neste mundo. 

Autor: Cunha Simões

 

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