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  • Colaboração: Felícia Sampaio - Editora Culinária do Gastronomias.com
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"Acredito que nas marés de incerteza,sempre tem uma onda de boas notícias"...Alessandra Piassarollo


É FUNDAMENTAL PROMOVER A LITERACIA DOS CIDADÃOS NO QUE RESPEITA AO CONSUMO DE ÁGUA


Sabe, realmente, quais as necessidades de água diárias? No que difere uma água mineral de uma água preparada ou de abastecimento? Esta é uma conversa esclarecida com a nutricionista Elsa Feliciano que nos deixa alguns alertas: mais consumo de água, menos refrigerantes, mais informação e também um acréscimo de atenção às faixas etárias mais jovens.

Águas minerais naturais, de nascente, preparadas e de abastecimento público; a família do elemento líquido, indispensável à vida, é grande. Acresce que o moderno consumo junta a este rol uma oferta de águas para diferentes perfis de vida. O resultado exprime-se em lineares de supermercados pejados de referências e de apelos ao consumidor. Uma diversidade de oferta num mercado que, contudo, parece esquecer que o mais importante é beber água. Um facto aqui sublinhado pela nutricionista Elsa Feliciano que deixa um alerta. Os portugueses bebem pouca água, em média 790 ml per capita e por dia, quase metade das necessidades reais. Mais gritante quando concluímos que as crianças e adolescentes juntam a esta carência de água o consumo excessivo de néctares e refrigerantes. Água é água e não é substituível por bebidas com açúcar ou apenas pelo líquido contido nos alimentos como nos diz a nutricionista. Para Elsa Feliciano, é fundamental promover a literacia dos cidadãos no que respeita ao consumo de água. Um exemplo? Ensinando-os a interpretar um rótulo de modo a poderem fazer escolhas conscientes e devidamente informadas.

É comum dizer-se que somos aquilo que bebemos. Os portugueses mostram-se sensíveis a esta questão? Ou, pelo contrário, a população revela carências no que respeita ao consumo ideal de água?



Em março deste ano foram apresentados os resultados do "2º Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física", onde os dados relativos ao consumo de água e outras bebidas foram bastante reveladores. Embora a água seja a bebida mais ingerida, a média da população portuguesa é de apenas 795ml diários. Destaco também que apenas 88% dos inquiridos reportaram consumo diário de água. Os grupos das crianças e adolescentes têm um consumo de água muito abaixo das necessidades e apresentam um consumo excessivo de néctares e refrigerantes.

A propósito, esse consumo de água deve atingir que valores?

As necessidades de ingestão de água são influenciadas por vários fatores como a idade, a prática de atividade física, o clima, algumas patologias, entre outros igualmente relevantes. Com base nas recomendações do Krause, Alimentos, Nutrição e Dietoterapia [edição 13ª], as necessidades são de 35ml/kg peso para adultos, 50-60ml/kg peso para crianças e 150ml/kg para bebés, sendo que deste valor a ingestão de bebidas deve ser entre 60 a 70% e a restante através dos alimentos consumidos e da produção metabólica.

Pode dar-nos um exemplo prático?

Sim, num adulto com 70Kg, as suas necessidades totais são de 2450ml. Os 60% deste valor correspondem a 1470ml ou seja 1.5l de água diário.

Depreendo da sua resposta que é arriscado afirmar que podemos suprir as necessidades diárias de consumo água sem o fazer diretamente, através das sopas, vegetais, fruta?

Não só é arriscado como é falso. As recomendações são de que 60 a 70% das nossas necessidades de água seja ingerido através das bebidas e apenas cerca de 30% através dos alimentos. Quem não bebe água diariamente não garante níveis adequados de hidratação, apenas através dos alimentos.

A hidratação também é uma questão de bom senso. A partir de determinado valor pode tornar-se prejudicial, ou não?


Sim, o consumo exagerado de água também tem os seus riscos, sobretudo se for muito prolongado no tempo. Em indivíduos saudáveis, o rim tem a capacidade de fazer essa auto-regulação e quando o consumo é superior às necessidades, aumenta a produção de urina. Acontece que neste processo também perdemos sais minerais. Se acontecer pontualmente, não terá grandes riscos mas de forma prolongada poderá interferir no equilíbrio hidro-electrolítico e ser perigoso para a saúde.

Para além da função hidratante que outros benefícios orgânicos obtemos com o consumo de água?

A água desempenha várias funções essenciais no corpo humano. Como solvente, uma vez que é o meio onde ocorrem todos os processos celulares. É o principal substrato das reações metabólicas e a componente estrutural que dá forma às células. Também ao nível da digestão e absorção dos nutrientes e na excreção de resíduos, pois é o meio de transporte dos nutrientes para as células e de substâncias tóxicas resultantes do metabolismo para os rins, através dos quais são excretadas.

A água mantém o equilíbrio intra e extra celular e influencia diretamente a regulação da temperatura corporal. A evaporação da água transpirada permite o arrefecimento do corpo, evitando a hipertermia.

Perdas de água superiores a 20% podem colocar em risco a vida e mesmo níveis de desidratação de cerca de 10% podem causar danos no sistema circulatório, renal, digestivo e respiratório.

in SAPO

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Autora Felícia
Sampaio

Editora culinária do Gastronomias (Roteiro Gastronómico de Portugal) desde 1997. "Sou apaixonada por gastronomia e quero transmitir-lhe essa paixão nas minhas receitas tradicionais, comida de conforto e sobremesas soberbas."

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