Caminha-se até à Mealhada para conhecer um restaurante especial. Estamos a falar do “Rei dos Leitões”. Este restaurante está na mesma família há três gerações, foi inaugurado em 1947.
São mais de 70 anos de experiência a assar o dito “rei”, mas com a intenção de ir mais longe do que os seus concorrentes da Mealhada, especializados em servir leitão.

Remodelou-se quase na totalidade, inclusive as equipas da cozinha e da sala e rapidamente se tornou uma referência gastronómica do centro do País.
No Rei dos Leitões, Licínia Rodrigues e Paulo (ela, herdeira directa dos fundadores, seus padrinhos, ele, seu marido) fizeram com que o “Rei dos Leitões” seja uma referência nacional.

O restaurante tem salas privadas, forno a lenha, horta própria, matadouro e adega, onde, separadas por regiões, estão guardadas as mais de duas mil referências da sua super premiada carta de vinhos, presumivelmente a melhor de Portugal, sendo um verdadeiro paraíso para os mais exigentes apreciadores.

Na nossa visita, fomos recebidos com simpatia tendo sido encaminhados para a mesa escolhida. O cenário prometia, faltava saber se era fogo-de-vista ou se o conteúdo iria estar à altura da fama que o restaurante ganhou.
Depois dos “entreténs”, carapauzinhos fritos e presunto Joselito (pata negra 5 jotas), entre outros, avançámos para uma “canja de amêijoas”, bem apaladada, com sabor bem definido e delicado. Excelente! Parabéns ao Chefe!
Seguimos para o leitão, uma das maiores riquezas da zona, bem confeccionado, estaladiço, acolitado de batatas cozidas. Aspecto cuidado na confecção. Magnifico na qualidade e quantidade.

Terminámos com um “morgado do Buçaco”, simplesmente divinal.

Cardápio vasto e variado, entre outras iguarias as propostas do mar, como o “arroz de lagosta e cebolinho” ou o peixe fresco. O do dia, que pode ser pregado, robalo ou dourada. O bacalhau é servido no forno com maionese, na brasa ou cozido com legumes e ainda as “línguas de bacalhau e arroz de grelos”.

O Cardápio do Rei dos Leitões leva-nos a uma secção dedicada apenas ao Porco. À cabeça aparece a dose de 300 gramas de Leitão à Bairrada com guarnição. Depois há “plumas de porco ibérico”, “abanicos de porco ibérico”, “lagartos de porco ibérico” e um famoso “arroz de cabidela de leitão” e as “isquinhas do fígado” (fritas ou grelhadas).
Nas carnes, tem propostas como o “rosbife com ervas de Provence”, o “bife Wellington” ou um simples prego de vaca no prato, bem como carnes maturadas. Nesta panóplia de ofertas há “bife do lombo com risoto de cogumelos e trufas”, “lombo de Angus” ou “rosbife”.

Com um atendimento cuidado e elegante, pode dizer-se que o “Rei dos Leitões” está muito acima da restante oferta da restauração da região e quiçá do país.
A verdade é que no Rei dos Leitões não há, apenas, Leitão. A carta é muito abrangente, com apontamentos que causam surpresa.

Parabéns à Licínia e ao Paulo por conseguirem tornar “O Rei dos Leitões” num marco da gastronomia portuguesa com uma cozinha culta e personalizada, assente em três pilares: produtos de grande qualidade, técnicas culinárias de vanguarda e sabores portugueses.
O resultado foi mais do que convincente e deu-lhes notoriedade em todo o país. Tiramos o nosso chapéu!!!

Para além de inúmeros prémios já recebidos, registamos o seguinte por ter sido atribuído por uma Confraria. Premiado pela Ordem da Santa Maria de Ossónoba da Confraria dos Gastrónomos do Algarve, como “Restaurante Nacional 2017”.

Vamos Voltar. Recomendamos vivamente...

José Manuel Alves
Roteiro Gastronómico de Portugal - 01-06-2018